Crítica: É Proibido Fumar


Depois do reconhecimento nacional obtido pelo seu primeiro longa-metragem Durval Discos (2002), Anna Muylaert talvez realizara, em sua segunda obra, É Proibido Fumar (2009), tudo aquilo que não fizera no primeiro. Seu reconhecimento veio após o interessante e bem-humorado trabalho, ganhando seus prêmios e seu prestígio, gerando certa admiração pelo excelente humor-negro demonstrado na primeira obra.

Contudo, neste seu novo e segundo trabalho, as expectativas se murcham a cada minuto, a cada cena. Sobram referências ao longa anterior, desde tomadas de câmera, música, cenário e tempo até os personagens em si (utilizando novamente pessoas ligadas à música como ator sem propósito e atores repetidos). As atuações dos protagonistas são deprimentes, elenco fraquíssimo (com excessão da atuação do cachorro, que está muito bem no papel de cachorro). Sem nenhuma criatividade, É Proibido Fumar não diz a que veio, não mostra um propósito, não dá profundidade aos seus personagens. É um filme fraco e raso.

Como protagonista está Baby (não o porquinho atrapalhado, e sim Gloria Pires), vivendo uma mulher solteira, sem filhos, que mora sozinha à espera de nada. É o exemplo do insucesso. O filme tenta desenrolar-se quando ela conhece seu novo vizinho, Max (Paulo Miklos) que possui um ritmo de vida parecido com o dela. Eles se conhecem, rola aquele clima chato e os dois farrapos decidem juntar os panos. Há então a terceira pessoa, retratada num outro romance do rapaz, a qual serve de pilar para o problema vivido entre o novo casal e o filme em si. Após essa introdução pra lá de repetida, tem o síndico e a irmã fofoqueira - como não poderia deixar de ser -, pra celebrar a cereja no bolo. É então que, (in)experadamente, acaba o filme.



Espanta ainda saber que alguns atores puderam sujeitar-se à tamanha baboseira, com um roteiro que poderia ser descartado somente ao lê-lo em primeira mão, incapaz de definir até o gênero ao qual o longa busca - e não encontra - sua narrativa.

Pode-se fazer um adendo, ainda, ao título do filme, que (esse sim) justifica alguma coisa. Além da referência que faz à personagem que fuma incontáveis cigarros durante o filme e que realmente busca tentar parar de fumar (na busca pela sua aproximação com o novo vizinho), o título se perde e retrata a incapacidade até de dar nome a trama. Talvez devê-se proibir muitas outras coisas no filme além do que se sugere em seu título.




 

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